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"A coisa mais bela que podemos experimentar é o mistério.
Essa é a fonte de toda a arte e ciências verdadeiras."
( Albert Einstein )


domingo, 15 de janeiro de 2012

Resíduo


Carlos Drummond de Andrade

(...) Pois de tudo fica um pouco.
Fica um pouco de teu queixo
no queixo de tua filha.
De teu áspero silêncio
um pouco ficou, um pouco
nos muros zangados,
nas folhas, mudas, que sobem.
Ficou um pouco de tudo
no pires de porcelana,
dragão partido, flor branca,
ficou um pouco
de ruga na vossa testa,
retrato.
(...) E de tudo fica um pouco.
Oh abre os vidros de loção
e abafa
o insuportável mau cheiro da memória.
(Resíduo)

4 comentários:

  1. Poxa, maravilhoso... não conhecia esse Poema de Drummond.
    Seria tão mais fácil se tivéssemos um seletor de memória...deletar o que magoa, arquivar os bons momentos... aqueles que merecem ser relembrados... teríamos menos feridas na alma!

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  2. Concerteza Ana seria bem melhor !!
    Mas podemos treinar a deletar o que nos magoam,que tal começar este treino?
    Amei sua visita viu !!
    Bjss de luz

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  3. Sabe Eli, creio ter chegado ao meu limite... antes era apenas minha alma, agora a matéria tbm... meu corpo tem sentido os reflexos do emocional... Sinto tamanho cansaço que não consigo descrever!
    Tentando, Anjo... preciso achar-me!
    Eli, é Lindo seu Blog, o pouco que li, ameiii, tanto que estou aqui de volta... é sempre bom estar em contato com Poemas, Crônicas, Energias... Obrigada por compartilhar!
    Bjoss de Luz!!!

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  4. Que bom que você voltou !!
    É muito bom atingirmos as fragilidades de muitos !
    Procuro passar sentimento nas escolhas de poemas ,crônicas,e pura energia nas trocas.
    Compartilho o que sinto,aquilo que move como ser humano.
    Não esta longe de você se achar ,apenas permita as mudanças !
    Bjss de luz

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